A lipoaspiração é a cirurgia estética mais realizada no mundo. Tem o objetivo de remover gordura localizada em, praticamente, qualquer região do corpo, como flancos, abdome, culotes, mento (papada), coxas e braços. Entre todas as cirurgias estéticas, essa é, de longe, a que tem maior apelo de marketing. De tempos em tempos, surgem novas nomenclaturas para descrever um procedimento, relativamente antigo, sem grandes mudanças na técnica básica da cirurgia.
A técnica da lipoaspiração consiste na retirada de gordura localizada com a utilização de cânulas metálicas, conectadas a aparelhos que produzem vácuo. As cânulas possuem pequenos orifícios em suas laterais e, com o movimento de vai e vem feito pelo cirurgião, a gordura vai sendo sugada pelos orifícios. Quando foi, inicialmente, descrita, a “lipo” (como é apelidada hoje), era realizada através de cânulas calibrosas, o que acabava por causar grande trauma e perda sanguínea. Com a evolução da técnica, passaram a ser utilizadas cânulas cada vez mais finas.
Outra evolução técnica importante foi a infusão de uma solução de soro fisiológico, com adrenalina, na área a ser tratada: técnica conhecida como lipoaspiração tumescente. O uso da solução causa vasoconstrição e reduz, drasticamente, a perda sanguínea. Desse modo, a técnica seca foi, praticamente, abandonada. Atualmente, o termo “hidrolipo” passou a ser adotado como sinônimo de uma lipoaspiração pequena e localizada, porém, o prefixo “hidro” refere-se à infusão da solução contendo adrenalina. Como dito antes, praticamente, toda lipo realizada, hoje, não deixa de ser uma “hidrolipo”.
A lipoaspiração não é uma cirurgia com objetivo de emagrecimento e sim para modelar o contorno corporal. Dessa forma, não é indicada para pacientes que estejam muito acima do peso ideal. A cirurgia também não tem o objetivo de reduzir flacidez, porém, ela pode ser associada com outros procedimentos com essa finalidade, como é o caso da abdominoplastia, da cruroplastia ou da ritidoplastia, por exemplo.
O termo conhecido como lipoenxertia é utilizado quando parte da gordura aspirada é reinjetada em outros locais do corpo com o objetivo de dar mais volume, como nos glúteos, por exemplo. A combinação da lipoaspiração com a lipoenxertia é comumente chamada de lipoescultura.
A lipoaspiração pode ser realizada com anestesia local, com peridural ou com anestesia geral. Porém, mesmo os procedimentos menores, feitos com anestesia local, devem ser executados em centro cirúrgico e, de preferência, com a presença do anestesista.
No pós-operatório, é indicado o uso de cinta ou malha compressiva, por um período variável, e recomenda-se o acompanhamento da fisioterapia dermatofuncional para a realização da drenagem linfática e para o acompanhamento de todo o processo de reabilitação.
Esse procedimento tem um baixíssimo índice de complicações, sendo a maioria delas intercorrências simples de resolver, como é o caso do seroma, irregularidades da superfície, manchas na pele e anemia.
